sábado, 18 de abril de 2009

no title.

Minhas palavras foram todas embora. Meus dedos já se foram também. Não tenho mais língua para te dizer as coisas que já te disse, mas eu estou gritando todas elas. Eu estou gritando, simplesmente gritando.
Seguro o telefone, teu número na discagem rápida, mas não concluo a chamada.
Abro um novo rascunho, e tento te escrever algo, mas logo apago e vou embora; com a sensação que eu deveria ter feito algo.
Eu desobedeço você todo sempre, e agora não poderia ser diferente. Tentando uma coisa já feita um dia pode ser bem fácil de ver "d;".
Eu só estou aqui, e talvez eu só esteja esperando.

;*

quarta-feira, 1 de abril de 2009

das sobre o amor

Pela primeira vez vou postar algo que não é meu inteiro. A crônica é de Artur da Távola, e enquanto eu a lia percebi algumas verdades que ainda me fazem não renunciar mais ainda a irrenunciável esperança.

TER OU NÃO TER NAMORADO

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer sesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira - d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. ENLOU-CRESÇA.



Faço dessas, palavras minhas e ainda acrescento: eu ainda prefiro o grande amor difícil que os médios e fracos amores fáceis.
Dario.

quinta-feira, 19 de março de 2009

prato do dia

e quando eu estiver cansado, mas cansado de não ter jeito; por favor, me mostra aquele lugar onde eu posso deitar minha cabeça e me sentir em casa?

quarta-feira, 11 de março de 2009

até onde a miopia permitiu

e eu, que só andava pela rua por andar, voltava pra casa por voltar. Do que é que eu estava falando antes de tropeçar?
Ah, olhei pro céu e só me perguntei se era isso mesmo, pedi um sinal, implorei por um sinal. E então, até onde minha miopia permitiu, eu vi o sinal, eu vi, ao longe, me acenando, e o sinal me disse o que eu precisava ouvir. A realidade é, não há como falar de amor racionalmente, não há como mensurar racionalmente o que é amar; portanto, agora não vou nem mais tentar. Eu vou amar, eu vou cuidar, e dessa vez eu vou fazer a minha parte no que é meu e teu, minha parte no que é nosso. Minha parte, porque a tua foi feita e eu não soube ver. Eu só precisava do sinal. É incrível como a gente só aprende pela dor. Agora não precisa mais de dor, por favor, aprendemos o suficiente.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Lista de Compras

-Capeletti de Carne;
-Cebola;
-Tomate;
-Sabão de côco;
-Ráguen-Dás (chocolate midnight cookies e morango);
-Banana;
-Granola;
-Óleo Coala;
-Maxi Goiabinha;
-Chocolate;
-Algo para que eu não morra de saudade (verificar disponibilidade).



Deve ser frase de parachoque de caminhão, mas quem inventou saudade possivelmente não sabia o quanto doía.

domingo, 25 de janeiro de 2009



Sabe, é agora que a gente consegue dar uma olhada para trás, e perceber que a verdade mora naquela vontade que o Frejat diz: “quando você fica triste que seja por um dia e não um ano inteiro.” E então é perceber que ainda “existe amor pra recomeçar” e que no fim das contas é amar que realmente importa.
Amar as bobeirinhas do dia a dia, amar até o fim das brigas (só o fim, porque o meio é dolorido) que teimamos em fazer pra no fim das contas descobrir que o amor multiplicou pra recomeçar. Amar saber que porta-níquel é porta-moeda, é pedir sorvete azedinho e trocar os copinhos; amar saber que na maioria das vezes o cansaço é facilmente vencido. Pelo amor pra recomeçar.
Os temas mais recorrentes nas palavras são saudade, amor. Eu falo sobre amor pra recomeçar. Pra recomeçar. Falo sobre desejos sinceros, e tento esconder no sorriso (sabe aquele “singelo e marcante”? sic) a felicidade por descobrir que em mim existe amor. Pra recomeçar. E que o amor pra recomeçar dura. Acima de todas as outras coisas, amor pra recomeçar, é amar a esperança de que no recomeço as coisas se acertem.
Daquele texto que diz que amar vale à pena, dá pra sentir na pele que vale. Daquele texto, que diz pra tomarmos café juntos. Daquele texto que diz nas entrelinhas: “talvez seja esse o amor”, e então lá vem, lá vem, amor pra recomeçar.
O que eu desejo não é que tenhamos a quem amar visto que isso já existe. O que eu desejo, é que quando estivermos bem cansados e olharmos no fundo das coisas ainda, ainda exista, amor pra recomeçar;
“No fundo, procure outra pessoa para amar um tanto, que dê até vontade de se casar com ela.
Namore.
Não importa o sexo, nem a idade.
E não se preocupe com o tempo que a paixão vai durar.
Se gostem. Se assumam. Se curtam. Se abracem. Beijos. Viagens.
E saiam para dançar sempre.
Tomem café da manhã juntos. Fiquem o domingo inteiro na cama, enquanto o mundo despenca numa chuva fria e fina.”

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Carta para 2008

Olá 2008

Sei que você já está de saída, mas espera um pouco, você fez o que bem entendeu comigo durante o tempo que ficou aqui, agora você vai escutar algumas coisas.

Antes de mais nada, você é um canalha, você é o ano mais imaturo de todos que já conheci... e olha que eu conheço quase 18. Você chegou e brincou com todo mundo, deixou-me solto aqui agora, tentando encontrar um rumo. Você deixou toda a bagunça para 2009, que eu nem conheço ainda, mas que logo está chegando.

Ah 2008, pra quê? Será que você achava que dor pouca não era suficiente? Será que você achou divertido acabar com o que me fazia bem? Só te pergunto, pra quê?

Você vai embora mesmo, eu não tenho nada a perder, eu só quero que você saiba, e pra sempre carregue isso com você... você vai morrer em algumas horas, e tudo o que eu preciso é que você saiba disso. Não culpo as pessoas que estiveram presentes esse ano, eu culpo você 2008. Eu espero, realmente, que 2009 seja mais maduro que você, até porque eu já estou cansado de tanta pancada. E caso você já o conheça, e ele for brincar com todo mundo de novo (perdoe a minha cara de pau de te xingar antes e te pedir coisas agora, mas seja razoável, considere com carinho), por favor me leva junto com você...

Angustiadamente, Dario Tavares.