domingo, 20 de abril de 2008

Só pra constar e começar.

Eu começo por aqui, querendo já chamar sua atenção.
Não tenho altas pretensões além de escrever, escrever, escrever, e esperar que alguém leia.
Vamos andando juntos, e depois quando a gente chegar ao fim do ano, a gente faz a volta e vê de onde viemos e até onde fomos.
Ficam parecendo pensamentos soltos quando eu leio fingindo que não conheço nada, mas posso dizer que o que une as palavras umas às outras geralmente é uma imagem, ou uma lembrança, e então você diz: "Ah, eis que se fez luz!".
Há bem pouco tempo, questão de horas, eu descobri que às vezes um olhar sobre algo pode despertar mais sensações do que já havia despertado. Complexo não? Ok. Vamos tentar novamente. Imagine um dia que você tem pressa, muita pressa, está atrasado para o mundo e manchou sua camisa branca de café no meio dessa pressa toda, e ainda por cima, enquanto você saia da portaria do seu prédio, deparou-se com uma poça d'água, simplesmente disse: "Merda!" e então desviou e seguiu seu caminho. Nem olhou para o céu azul que fazia, e nem viu que na marquise do seu prédio havia um casal de passarinhos brincando, e que eles estavam refletidos na poça d'água, nem viu que na mesma poça d'água a única nuvem do céu aparecia, e ela tinha formato de uma bolinha, nem viu que o dia havia nascido e que mesmo você estando atrasado e maldizendo a vida, ele não maldizia você. Já posso até ouvir alguém dizendo: "E os dias de chuva heim? E quanto aos dias que o sol não brilha e tudo fica cinza?", ao que eu posso responder, quem foi que disse que dias cinzas são feios? Já conseguiu notar a imensidão de tonalidades de cinza?
Voltando ao olhar mais apurado sobre algo, às vezes, no meio de uma fotografia, você vê o que nunca tinha visto, e então o dia faz mais sentido, e sol, seja ele brilhante e primaveril, ou opaco frio de inverno, parece que te sorri.
E não, não sou extremamente otimista, não finjo que paredes não existem, e nem que distâncias não existem, e nem que bichos-papões não existem. Mas às vezes, a vida precisa de cor, e as vezes da calma cinza, e às vezes, de um céu duplo.
Céu duplo, céu duplo...


duplo: do Lat. duplu
s. m.,
quantidade duas vezes maior que outra;
adj.,
duplicado;
dobrado;
num. mult.,
dobro.